União de Freguesias de
Entre Ambos-os-Rios,
Ermida e Germil
Resenha Histórica
Entre Ambos-os-Rios
Nas Inquirições de D. Afonso lI, São Miguel de Entre Ambos-os-Rios já vem referida, dizendo-se que “Hospitale [habet] VII casalia in suo cauto”.
Em 1258, nas Inquirições de D. Afonso III, é de novo mencionada, “In collatione Sancti Michaelis d Antrambos Rios”, como sendo couto “per padrões”.
No catálogo das igrejas, organizado em 1320, São Miguel de Entre Ambos-os-Rios, incluída na Terra do Vade ou de Nóbrega, foi taxada em 75 libras.
No registo da cobrança das “colheitas” dos benefícios eclesiásticos do arcebispado de Braga, na parte respeitante às igrejas da Terra de Nóbrega, feita entre 1489 e 1493, D. Jorge da Costa apurou o rendimento de São Miguel de Entre Ambos-os-Rios em 6 libras, sendo, em dinheiro com “morturas”, 467 réis e 6 pretos, e, de dízimas de searas, 109 reis e 3 pretos.
Em 1528, o Livro dos Benefícios e Comendas atribui-lhe um rendimento de 20 mil réis.
Américo Costa descreve-a como abadia da apresentação do Ordinário.
Segundo Pinho Leal, o direito de apresentação cabia ao arcebispo, mediante concurso sinodal. Refere, ainda este autor que Entre Ambos-os-Rios teve como anexas as freguesias de Ermida, São João e São Tiago de Vila Chã.
Em termos administrativos a freguesia pertenceu ao concelho de Aboim da Nóbrega, até à extinção deste, por decreto de 31 de Dezembro de 1853, tendo passado, desde então, a fazer parte do concelho de Ponte da Barca. Em 1927, pelo decreto n” 13917, de 9 de Julho, a comarca de Ponte da Barca foi suprimida, sendo as freguesias do concelho anexadas, para efeitos judiciais, à comarca de Arcos de Valdevez.
Ermida
Entre o património arqueológico mais importante de Ponte da Barca, a Freguesia da Ermida contribui de forma muito significativa, tendo em conta a famosa Pedra dos Namorados e a estátua menhir da Ermida. São monumentos pré-históricos que se encontram depositados no Museu Soares dos Reis, no Porto. Sabe-se que foi em 1981 que o conhecido arqueólogo, Dr. António Martinho Baptista, encontrou este menhir e é o mesmo que dá valor simbólico às armas da Freguesia de Ermida, mede 1,50 m de comprimento, por cerca de 45 cm de largura. A Pedra dos Namorados, encontrava-se num local a que se atribuiu o nome de Veiga dos Namorados, por isso mesmo. Situa-se no Lugar de Bilhares, que apresenta um núcleo de raízes, com características castrejas.
Germil
A primeira referência a Germil data das Inquirições de D. Afonso III, de 1258, sendo aí mencionada “In collatione Sancti Vincentii de Gilmir (…)”. Nelas se informa também que “‘Gilmir et Vergazo sunt de Armelo, et que jacem in conto per padroes”.
No catálogo das igrejas, organizado no reinado de D. Dinis, para pagamento de taxa, São Vicente de Gemil, incluída na Terra de Nóbrega, foi taxada em apenas 15 libras. No registo da cobrança das “colheitas” dos benefícios eclesiásticos do arcebispado de Braga, feito entre 1489 e 1493, D. Jorge da Costa apurou que Germil rendia em dinheiro, com “morturas”, 67 réis e 8 pretos. Situava-se na Terra de Nóbrega.
Em 1528, o Livro dos Benefícios e Comendas, registava São Vicente de Germil como sendo anexa ao mosteiro de Vila Nova de Muia.
O Censual de D. Diogo de Sousa, poucos anos atrás, mencionava-as já dessa forma.
Américo Costa descreve esta freguesia como curato anexo ao dito convento de Muia, que se tornou, mais tarde, freguesia independente com o título de vigairaria.
Em termos administrativos, pertenceu, em 1839, à comarca de Ponte de Lima, em 1852, à de Arcos de Valdevez e, em 1878, à de Ponte da Barca. Em 1927, pelo decreto nº 13917, de 9 de Julho, a comarca de Ponte da Barca foi suprimida, sendo as freguesias do concelho anexadas, para efeitos judiciais, à de Arcos de Valdevez.
Considerados de muita importância para esta freguesia são sem dúvida os Relógios de Sol pelas suas características e imponência, pelo que são motivo de visitas a Germil, e pela utilidade de que desfrutaram no passado desta freguesia, quando eram um dos poucos meios de se acompanhar o evoluir da horas por esta paragens.